Desde que li "Um Dia", do David Nicholls, sou apaixonada por histórias que são contadas ao longo de vários anos, ainda mais quando ela fala sobre a vida de cinco personagens tão simpáticos quanto os criados por Pedro Henrique Neschling em "Gigantes", novo lançamento da Companhia das Letras.Autor: Pedro Henrique NeschlingEditora: ParalelaPáginas: 232Sinopse: Tudo começa numa festa de formatura de ensino médio. Cinco amigos comemoram juntos o tão aguardado fim da vida escolar. Apesar de bem diferentes entre si, têm algo em comum: enxergam o futuro como um mar de possibilidades a ser descoberto e explorado. Sonham em ser gigantes, tão grandes quanto suas ambições. Mas para nenhum deles o futuro será conforme o previsto. À medida que os anos passam, os jovens deparam com as complexidades trazidas pelo chamado da vida adulta. Desilusões amorosas, questões familiares, conflitos na carreira, dúvidas e mais dúvidas… É inevitável: ao chegar perto dos trinta, todos nos tornamos um pouco mais desencantados e - por que não? - sábios. Mas e os sonhos da juventude, onde vão parar?
Começamos o livro com Fernando, hoje um produtor cinematográfico, assistindo ao vídeo de sua formatura do ensino médio e lembrando dos amigos Zidane e Felipe, da ex-namorada Duda e de Camila, a garota que fez seu namoro acabar. A partir desse momento, o livro se constrói em retrospectivas, no ponto de vista de todos eles, intercaladas com uma visão de como estão suas vidas nos dias de hoje.
"Gigantes" não é uma história leve. Por mais que a escrita do autor seja assim - o que me fez devorar o livro em uma madrugada -, a história é intensa e com enredos profundos. Talvez eu tenha chegado a essa conclusão porque o tema principal do livro seja "amadurecimento", e acho que todos nós ficamos um pouco nostálgicos e pensativos quando pensamos nisso.
Confesso que me coloquei no lugar de cada um dos personagens e por vez me pegava pensando "o que eu faria nessa situação?". Duda foi quem mais me indentifiquei, mas conforme a história foi se desenrolando, não pude deixar de torcer por Camila. Ela é aquele tipo de pessoa que parece sempre estar fazendo a coisa errada sem querer. Zidane parecia não crescer nunca, mas no final acabou sendo ele quem passou a maior lição do livro.
Que escrita maravilhosa o autor tem! Fez com que eu não sentisse as horas passarem, fez com que eu chorasse (e isso é bem difícil quando estou lendo) e ainda me deu a possibilidade de viver 5 histórias diferentes e contagiantes por uma noite. Com certeza esse foi um dos melhores livros brasileiros que já li em tempos!