Crítica: Para Sempre Alice

Essa semana tive a oportunidade de assistir um dos filmes mais tocantes lançados recentemente: Para Sempre Alice. O longa, dirigido Richard Glatzer e Wash Westmoreland, conta a história de Alice Howland, uma professora de Linguística de Columbia que logo após completar 50 anos começa a ter lapsos de memória - que mais tarde, ela descobre se tratar do Mal de Alzhaimer. A professora, conhecida por sua capacidade intelectual, de repente se vê não conseguindo controlar o próprio cérebro.

Assisti o filme com muita expectativa depois dos comentários positivos da minha professora de Biologia quanto à fidelidade com o real quadro da doença. E realmente, uma das impressões que tive é de que é um filme sem grandes efeitos hollywoodianos, que retrata uma vida real, e que qualquer espectador poderia se identificar com as situações apresentadas. Aliás, ele é baseado no livro homônimo de Lisa Genova, uma PhD em Neurociência, que soube trazer o tema para o nosso dia-a-dia de forma muito ilustre.

O filme é muito intenso; o que começa com o esquecimento da palavra "léxico" - uma falha de memória, que acontece com todos nós - logo faz Alice se perder pelo campus da Universidade e até se esquecer onde é o banheiro de sua própria casa (o que, aliás, foi uma das cenas mais tocantes do filme). Além disso, a interpretação de Julianne Moore foi essencial para construção da personagem. Oscar nada menos do que merecido. Da parte dos outros atores não vi grandes atuações, então posso dizer que Moore foi a carta coringa dos diretores.

Outro ponto positivo foi a fotografia do filme, que conseguiu traduzir tudo o que sentimos em imagens. Foi muito legal ver a cidade de Nova York de um ponto de vista mais suburbano, que dificilmente é mostrado nos filmes, como em locações que fogem do hush da cidade.

No geral, o filme é extremamente simples, mas muito comovente, retratando a história de uma mulher comum, que teve a infelicidade de se descobrir com essa terrível doença que, infelizmente, não tem cura. Indico a todos que esperam um filme real e ao mesmo tempo tocante. Para Sempre Alice é um drama que foge do "vitimismo", e mostra que é possível sim batalhar contra a doença.

P.S.: Se você é do tipo que se emociona fácil, pegue os lencinhos e prepare-se para a cena do discurso de Alice no Fórum sobre Alzheimer. Até mesmo eu, que dificilmente choro em filmes me emocionei e passei o resto da noite pensando nas palavras dela.

E vocês, já assistiram? O que acharam? Se não, tem vontade de assistir?