31/12/2015

Resenha: Toda Luz Que Não Podemos Ver - Anthony Doerr

Nome: Toda Luz Que Não Podemos Ver (2015)
Autor: Anthony Doerr
Editora: Intrínseca
Páginas: 528
Sinopse: Marie-Laure vive em Paris, perto do Museu de História Natural, onde seu pai é o chaveiro responsável por cuidar de milhares de fechaduras. Quando a menina fica cega, aos seis anos, o pai constrói uma maquete em miniatura do bairro onde moram para que ela seja capaz de memorizar os caminhos. Na ocupação nazista em Paris, pai e filha fogem para a cidade de Saint-Malo e levam consigo o que talvez seja o mais valioso tesouro do museu. Em uma região de minas na Alemanha, o órfão Werner cresce com a irmã mais nova, encantado pelo rádio que certo dia encontram em uma pilha de lixo. Com a prática, acaba se tornando especialista no aparelho, talento que lhe vale uma vaga em uma escola nazista e, logo depois, uma missão especial: descobrir a fonte das transmissões de rádio responsáveis pela chegada dos Aliados na Normandia. Cada vez mais consciente dos custos humanos de seu trabalho, o rapaz é enviado então para Saint-Malo, onde seu caminho cruza o de Marie-Laure, enquanto ambos tentam sobreviver à Segunda Guerra Mundial.
"Toda Luz Que Não Podemos Ver", de Anthony Doerr, foi o livro que levei mais tempo para finalizar em 2015, mas também foi a leitura mais tocante que tive o prazer de experimentar nos últimos tempos, e, por isso, acho mais do que justo que ela encerre o ciclo de resenhas deste ano aqui no blog.

Nesta história, que se passa na 2ª Guerra Mundial, somos apresentados a Werner, um alemão apaixonado por rádios que vive em um orfanato com sua irmã Jutta, e Marie-Laure, a filha cega do guardião das chaves do Museu de História Natural de Paris. Ambos são personagens totalmente distintos, mas que ao longo da história vão mostrando as semelhanças de terem crescido em meio à guerra - mesmo que de lados diferentes.

No museu em que o pai de Marie trabalha, há um diamante chamado "Mar de Fogo", que dizem as lendas que quem o possui vive para sempre, mas perde todos aqueles que ama. Com os alemães chegando à Paris, seu pai é designado a tomar conta dessa pedra e levá-la para bem longe dali; é aí que eles partem rumo à Saint-Malo, para a casa do tio-avô da menina, Etienne LeBlanc, um dos personagens mais incríveis dessa história.

A história se desenvolve em capítulos curtos, as vezes de menos de uma página cada, que são narrados alternadamente pelos dois personagens principais. Além disso, o autor faz viagens no tempo constantemente, dando flashes do que está acontecendo em 1944, quando os dois têm seus caminhos cruzados.
“Abram os olhos e vejam o máximo que puderem antes que eles se fechem para sempre”
Por vezes achei a leitura demasiadamente prolixa (afinal, o livro tem mais de 500 páginas), mas não desisti por dois motivos: ficção histórica é meu gênero literário preferido e o livro foi vencedor do Pulitzer, e eu sabia que deveria haver um bom motivo para isso. Pois bem, ao finalizar o livro, tive certeza que desistir foi a melhor coisa que não fiz. Chegou um ponto em que percebi que a escrita extremamente detalhada de Doerr é um presente para nós, meros mortais, e que cada detalhe deixado sutilmente pelo autor foi essencial para a conclusão da história.

Cada personagem é único. Marie é frágil, mas em nenhum momento senti pena dela, porque ela é dotada de uma coragem sem igual. Werner desmitifica a ideia de que todos os alemães eram crueis, e de antagonista passa à improvável personagem preferido de muita gente - inclusive meu. Gostaria de dizer que fiquei surpreendida com o desfecho doce da história, mas em uma guerra não há esse tipo de coisa. Entretanto, a leveza com que tudo isso é contado nos faz perceber que o que vale não é a bandeira pela qual lutamos, mas sim a índole por trás de nossas ações.

10 comentários:

  1. uma coisa que muito me chamou atenção nesse livro foi a capa, muito linda. Mas te confesso que esse lance de época não me chama muito a atenção :( curto coisas contemporâneas, sabe?
    mas se você curte o genero, que bom que não desistiu!

    beijo
    beinghellz.blogspot.com

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    1. Oi, Hellz! Que pena que não é teu tipo, porque é ótimo! :( Beijão!

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  2. Oi, Guta! Tudo bem? Não sei muito bem o porque, mas nunca tive interesse em ler esse livro. A premissa e a quantidade de páginas não me empolga! :/ Mas fico feliz que você tenha curtido a obra! :)

    Feliz natal!

    Abraço

    http://tonylucasblog.blogspot.com.br/

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    1. Oi, Tony! Achei que tu foste adorar esse livro, parece que me enganei! hehehe Beijão!

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  3. Oláá Guta
    Meu amigo leu este livro recentemente e falou maravilhas, eu sou mega curiosa para lê-lo e agora fiquei mais ainda com a sua resena, preciso emprestar este livro urgentemente! *O*
    Bjos

    Jovem Literário

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    1. Oi, Elo! Tenho certeza que tu vais amar! Leia assim que der, por favor!!! Beijão!

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  4. Sempre tive curiosidade em ler esse livro. Até porque é uma historia bem original. Nao é em todo livro que temos uma menina cega e adoraria poder entender esse outro lado da vida <3 Tá nas minhas metas de leitura pra 2016 :3
    http://b-uscandosonhos.blogspot.com.br/

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    1. Oi! Confesso que é angustiante ver pelo que a Marie passa sendo cega, mas o legal é que em nenhum momento ela deixa de viver por causa disso! Beijão!

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  5. Faz tempo que esse livro está no meu topo de desejo, mas me fiz prometer que só compraria livros quando lesse pelo menos a metade do que estão parados na estante.
    Saber que tem uma personagem que tinha tudo para ser frágil e coitadinha, mas é o contrário disso me deixa ainda mais entusiasmada.
    Gostei bastante da sua resenha.
    Beijo

    www.tecontopoesia.com

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    1. Oi, Camila! Eu fiz a mesma promessa no ano passado e estou conseguindo cumprir, felizmente! hehehe Faz muito tempo que não compro livros! Beijão!

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